A equipe do Prosa é relativamente suspeita para falar, pois em mais de 10 anos de perambulações cervejísticas na cidade de Campinas, sempre frequentou a região do Centro de Convivência. Ali, basicamente temos duas opções: o famoso City Bar e o clássico undergound Bar Scooby, mais recentemente renomeado Bar Spaghetti.
A equipe do Prosa tradicionalmente frequentou o Scooby/Spaghetti, devido a algumas preferências básicas, como, por exemplo, sentar no bar e ser bem atendido pelo garçom amigo, com a cerveja preferida já sendo depositada na mesa automaticamente. Contudo, o tempo passa, e nossa missão cervo-jornalística incumbiu ao Prosa novamente atravessar a esquina, e tentar rever conceitos sobre esse que é um dos bares mais tradicionais da cidade, o glorioso City Bar.
Um dos charmes do City Bar é definitivamente seu ponto, um dos melhores (se não o melhor) da cidade, numa larga calçada ao lado do Centro de Convivência, coração do Cambuí, bairro nobre e tradicional. Num dia de sol, olhar para a calçada cheia de mesas e não pensar em sentar e descer uma gelada é impossível. Seu ar é português e retrô, com público de todas as idades e estirpes, desde lésbicas alternativas até tiozões endinheirados moradores do bairro.
Mas bar que é bar tem que estar lá para toda hora, principalmente nas mais difíceis. E esta visita aconteceu num momento dos quais mais precisamos – numa sexta à noite, dessa vez noite de inverno. Obviamente as calçadas (e o pequeno ambiente interno) já estavam tomadas, e nada mais restava a não ser se enfurnar debaixo dum toldo, tendo a cada instante ir ao balcão pedir diurético.
Garoa cai, e a fome bate. Sendo uma casa portuguesa, obviamente o petisco carro-chefe só pode ser um: bolinho de bacalhau. E isso a casa tira de letra. O bolinho é seco, massa macia e o bacalhau é relativamente farto e não é salgado. Vale a pena.
Depois de algum sacrifício e tempo de pé foi possível sentar. Não podemos deixar de mencionar a “gentileza” do garçom, ao perguntar ironicamente se iríamos sentar mesmo ou não. E não podemos deixar de mencionar o bizarro sistema de comanda do bar, no qual você pede algo e ganha um papel carimbado em troca, caso não vá pagar o pedido na hora (como se você devesse, afinal estamos no Brazil, porra). É tipo fichinha de festa junina – só que ao contrário.
A fome persiste e um colega pede um lanche de mortadela cortado na boquinha de anjo. Bem recheado, diga-se de passagem. Ainda passa um garçom oferecendo bolinhas de queijo, cortesia da casa – como se isso fosse apagar a má impressão do atendimento.
Uma garoa começa a bater, e a aglomeração dos sem-mesa debaixo do toldo se torna lamentável – afinal de contas, o Scooby está a 50 metros, provavelmente com mesas e garçons mais simpáticos. Uma quantidade infindável de papéis-comanda vai se acumulando nos bolsos, sinalizando o final da empreitada.
O City Bar é definitivamente retrô – suas maneiras nunca mudam.
Atendimento: 3
Esse é o principal problema do estabelecimento. Os garçons parecem donos rabugentos, e o sistema de comanda é tosco. Você corre o risco de passar sede quando sentado, e caso você se aventure nas muretas e nos balcões, será difícil receber um convite para se sentar – isso sem considerar que nessa modalidade é você quem tem que se servir. Como não passamos sede sentados, a nota não é mínima.
Ambiente: 7
O ponto é excelente. As mesas na calçada são convidativas. A parte interna é pequena e está sempre está lotada, e caso você queira figurar perante a sociedade campineira como freguês na parte externa, é muito possível que você tenha que se enfurnar numa mureta debaixo de um toldinho.
Conveniência: 9
É no Centro de Convivência, área nobre, estacionamentos por perto, algumas ruelas escondidas para parar o carro. Em Campinas normalmente não cogitamos transporte público devido a sua precariedade, mas é fácil chegar de ônibus na praça.
Música: não tem.
Comidas: 8,5
Bolinho de bacalhau (casa de $6) impecável, embora não seja um colosso de tamanho. Lanche boquinha de anjo bem feito e bem servido. Servem almoço e tortas caseiras.
Bebidas: 7,5
Marcas comerciais a preços relativamente justos (casa de $6).
Custo/Benefício: 6
Trata-se de um bar que tinha tudo para ser um dos melhores da cidade. Mas talvez a falta de ambição da diretoria, anestesiada com o dinheiro fácil, faça com que o atendimento seja cronicamente precário. O bolinho de bacalhau é ótimo e a cerveja não é lá uma facada. Mas na esquina ao lado tem bolinho de mandioquinha com carne seca, mesa com cadeiras, garçons mais amistosos e muito menos pagação, pela mesma faixa de preço. Passa visa-vale.
Av. Júlio de Mesquita, 450
Cambuí - Campinas/SP
Horário de Funcionamento: 6h - 2h
Tel. 3252-5296
prove a torta de frango, é muito boa!
ResponderExcluirPassei A VIDA achando que o bolinho de carne seca era de abóbora... Meu mundo caiu :~
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