Na cabeça de um paulista, Curitiba é uma cidade gelada, politicamente correta, com um sistema de transporte público funcional, neonazistas que acham que estão na Europa e meninas de um sotaque encantador. E é basicamente tudo isso, exceto pela parte do transporte público funcional – no rush curitibano neguinho fica que nem sardinha entalada naquelas estações-tubo, assim como um paulistano na estação Sé às 6 da tarde.
Dado o cenário padrão de Curitiba (estive por lá no mês de novembro e mesmo assim peguei frio e chuva), não há pedida melhor que um bom pub com cervejas fortes e curitibanas com sotaque. E para isso o Sláinte é favas contadas.
O pub fica localizado no bairro do Batel, um dos bairros mais chiques de Curitiba – seria algo como Moema ou Jardins em São Paulo, ou Cambuí em Campinas/SP. No contexto curitibano, sua localização é ótima. Os mais malandros poderão procurar ruas próximas para parar com alguma facilidade, e o mais despreocupados terão serviços de valet a sua disposição. Confesso que não chequei o valor, pois cheguei a pé e de qualquer forma jamais pagaria, mas acredito que devem ser preços iguais aos de São Paulo.
O pub é um bar/balada rock, ficando aberto todos os dias (exceto domingo) desde a hora do almoço. E ao saber disso você precisa montar sua estratégia para aproveita-lo com o maior custo-benefício. Isso porque nos dias de balada é cobrada uma entrada (na faixa de H:20 e M:10) a partir das 21:00, exatamente quando acaba o happy-hour (isso para a sexta-feira). Se você quer beber bem, pegar balada e pagar pouco, então fica a seguinte estratégia como dica: engane o chefe, saia do trampo correndo, tome um banho e se arrume rápido, e chegue lá no máximo 20:30. Nesse horário a fila será pequena e você entrará em no máximo 10 minutos. Você não pagará a entrada e ainda conseguirá tomar as primeiras pela metade do preço. Se você chegar 15 minutos depois, acredite, o esquema foi para o saco, pois a fila vai ser grande (isso aconteceu comigo na minha segunda ida ao pub).
Logística executada, vamos falar agora sobre o que importa: o pub em si. O pub possui basicamente dois ambientes. Do lado de fora temos um balcão, algumas mesas e o telão (uma boa para dias de jogo). Do lado de dentro temos o balcão central, algumas mesas de canto, salas laterais anexas e um bom espaço vazio no centro para a galera dançar, interagir e ver a banda. O salão é todo decorado estilo pub, e antes da balada começar de vez rola uma discotecagem. Coisas como punk 77, irish punk (dá lhe Dropkick Murphys!), rock inglês, U2 (credo!), rock alternativo em geral e marchinhas irlandesas (estamos numa porra de pub irlandês, mate!) serão seu aperitivo até a banda.
O cardápio de bebidas fica um pouquinho a desejar: levando em conta que se trata de um pub, poderia haver um pouco mais de diversidade. Dentre as lagers tradicionais temos a caneca de chopp Brahma (R$ 5,00 e é o chopp do happy hour) e a garrafa de Original (R$ 6,00). Em comparação com São Paulo, não é o melhor pub para tomar Guinness (R$ 19,00), mas em compensação é um ótimo local para um Irish Car Bomb (apenas R$ 21,00, para quem não conhece é um pint de Guinness mais meia dose de Baileys e meia de Jameson). O pub também serve Old Speckled Hen tirado na pressão (R$ 19,00), valendo a pena ressaltar que estava ótimo. Os caras também tem double caipiroska (R$ 10,00) no happy hour, mas não me atrevi a experimentar.
Conforme falei, durante o dia o bar serve almoço executivo. Para a noite o cardápio oferece alguns pratos, incluindo lanches e porções. E como já tinha me esbaldado no cardápio de bebidas, achei prudente comer para que pudesse aguentar a balada. Não inventei moda e pedi um hambúrguer com batatas fritas (Classic Pub Burger). Devido ao meu estado etílico não me recordo com detalhes o conteúdo do hambúrguer nem o preço do prato (acredito que estava perto de R$ 30,00), mas posso afirmar que o hambúrguer era mediano e que a porção de batatas (cortadas lateralmente, tipo soutee) era generosa. Ambos forneceram sustança até a balada.
Na ocasião de minha visita havia uma banda de Strokes cover. Pessoalmente não gosto de Strokes, mas a banda cumpriu bem seu papel - o bar lotou e a galera agitou bastante. Minha próxima visita a Curitiba com certeza incluirá uma próxima visita ao Sláinte.
Atendimento: 9
Mesmo com o pub cheio os garçons e garçonetes não fizeram feio em nenhum momento. Chopps sempre bem tirados e copos trincando. O prato não demorou mesmo com a casa lotando. A cozinha sempre está a sua disposição.
Ambiente: 9
No propósito de bar/balada o pub cumpre com muita eficiência seu objetivo. Banquinhos no balcão e mesas se o objetivo é conversar com os colegas (se quiser sentar chegue cedo, pois boa parte das mesas é reservada) e boa área para balada e interação. Fica cheio, mas é possível transitar sossegado. Proporção de homens e mulheres relativamente equilibrada.
Conveniência: 9
O único problema constatado foi a fila grande quando o horário do happy hour se aproxima do final. Além disso, há alguma fila para entrar quando começa o horário de balada propriamente dita (depois das 10). Mas em que balada não rola uma filinha?
Música: 8,5
Rock and Roll, baby! Nota cortada por apresentar U2 no playlist.
Comidas: 7
Pelo custo, poderia ser maior.
Bebidas: 8,5
Por ser um pub deveria ter mais opções a preços razoáveis.
Custo/Benefício: 8,5
A nota vai mais pelo benefício do que pelo custo, o que a meu ver é algo bem positivo. Uma coisa muito favorável é a possibilidade de pagar sua balada e sua bebida com visa-vale.
Sláinte – The Irish Experience
Alameda Presidente Taunay, 435 - Batel
(41) 3026-8701
Nenhum comentário:
Postar um comentário