Pensa numa terça mequetrefe aonde você só quer comer uma coisinha rápida e tomar uma brejinha de boa. O Bar do Adão e seus pastéis estavam no wishlist há algum tempo, e dessa vez as condições pareciam ideais para uma visita.
Dito e feito! Condução pega, 5 minutos de caminhada, jogo rápido, afinal de contas o deslocamento era Tijuca-Tijuca, e estamos na cara do glorioso.
O Bar do Adão, para os desavisados, começou no Grajaú (carioca) e seus pastéis fizeram tanto sucesso que hoje ele possui filiais na Tijuca (bairro próximo), Botafogo, Copacabana, Leblon, Barra e até na vizinha Niterói.
Chegando lá, havia apenas uma mesa na calçada, como se fosse um prêmio aos resenhistas da noite. E já fomos relembrados que estávamos no Rio de Janeiro, com o garçom jogando de qualquer jeito a bolacha na mesa e não dando dois cardápios.
E dois cardápios eram necessários para a absurda variedade de pastéis oferecidos, todos na casa de 6 reais em média. Tinha desde os triviais até os que sofreram ataques do raio gourmetizador. Desde comida para ogro, como carne seca e queijo coalho até alguns aparentemente mais frescos, queijo bree com damasco.
Os resenhistas da vez desceram rápido os Chopps Brahma (R$6) e foram obrigados a pedir logo de cara dois pastéis. E caros prosistas, que maravilha!
Pastéis sequinhos, com recheio farto, não importa o recheio pedido. Não são pequenos, mas também não são colossos. Este resenhista provou o Burrito Carioca (feijão temperado e queijo), Cervantes (com costelinha e abacaxi), queijo bree com damasco (uma bolota generosa de queijo bree para desgourmetizar a parada toda) e Cogumelo (grandes pedaços de shitake com queijo).
Os pastéis experimentados pelo nosso colega Blax também não tiveram defeitos a se mencionar, com ênfase no Imperator, que levava salmão e cream cheese (um pastelmaki!). A pimentinha era mais forte que a média, mas era boa!
O Bar do Adão pode ser considerada a versão carioca do paulistano Bar do Zé, o glorioso bar das empanadas chilenas (que aliás este resenhista esteve na versão renovada e deve resenha). Não dá pra falar se é melhor ou não. Parecidos em proposta, diferentes em particularidades. É um benchmark.
Pudemos notar que o ambiente tem picos de lotação em horários específicos, e esse pico se desfaz rapidamente, ao menos na terça feira. O pessoal era familiar, casais e amigos, provavelmente a maioria Tijucana. É bem isso – um ótimo pit-stop da Tijuca. Larica feita, chopinhos tomados, condução tomada. Câmbio e desligo!
Atendimento: 3,5
A presepada do garçom surpreendeu até em níveis cariocas. Sumia pelo bar e demorava acima do normal para tirar os pedidos - e nem era por falta de garçons. Tomara que tenhamos tido azar com o garçom.
Ambiente: 7,5
Simples mesas na calçada para o calor carioca, algumas mesas dentro. Nada demais. Mas não se propõe a nada também.
Conveniência: 9
Como já dissemos, é complicado falar disso no Rio, já que a cidade é segregada. Considerando que fica bem próximo ao fervo da Tijuca (Praça Varnhagen), relativamente perto do metrôs Saes Peña e Maracanã, possui várias linhas de ônibus passando perto e a quadra é relativamente fácil para parar o carro, podemos considerar que tanto a Zona Sul quanto a Zona Norte têm como chegar. Como tem em vários locais da cidade, nem importa tanto.
Comidas: 10
Poxa, defeitos? Não ser maior! A variedade dos pastéis é um absurdo. Eles também têm pratos, escondidinhos, porções e caldos. Os pratos pareciam caros para dois – quem sabe podem dar para três, compensando.
Bebidas: 7
Aqui fica um misto de alegria e decepção. Alegria, pois finalmente tomei um chopp Brahma Escuro sem retrogosto metálico. Decepção porque os caras não vendem nada que não seja chopp Brahma. Nem garrafa. Uma cerveja especial ali venderia fácil e cairia bem.
Custo Benefício: 8
O benefício dos pastéis vale os 6 reais médios, definitivamente. O chopp Brahma a 6 reais está um pouco caro, ainda mais por ser única opção. A conveniência do pit stop vale a diferença.
Bar do Adão
Rua dos Artistas, 130, Tijuca
Rio de Janeiro - RJ