terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Bar do Adão – O Larica Pit Stop da Tijuca



Pensa numa terça mequetrefe aonde você só quer comer uma coisinha rápida e tomar uma brejinha de boa. O Bar do Adão e seus pastéis estavam no wishlist há algum tempo, e dessa vez as condições pareciam ideais para uma visita.

Dito e feito! Condução pega, 5 minutos de caminhada, jogo rápido, afinal de contas o deslocamento era Tijuca-Tijuca, e estamos na cara do glorioso.

O Bar do Adão, para os desavisados, começou no Grajaú (carioca) e seus pastéis fizeram tanto sucesso que hoje ele possui filiais na Tijuca (bairro próximo), Botafogo, Copacabana, Leblon, Barra e até na vizinha Niterói.

Chegando lá, havia apenas uma mesa na calçada, como se fosse um prêmio aos resenhistas da noite. E já fomos relembrados que estávamos no Rio de Janeiro, com o garçom jogando de qualquer jeito a bolacha na mesa e não dando dois cardápios.

E dois cardápios eram necessários para a absurda variedade de pastéis oferecidos, todos na casa de 6 reais em média. Tinha desde os triviais até os que sofreram ataques do raio gourmetizador. Desde comida para ogro, como carne seca e queijo coalho até alguns aparentemente mais frescos, queijo bree com damasco.



Os resenhistas da vez desceram rápido os Chopps Brahma (R$6) e foram obrigados a pedir logo de cara dois pastéis. E caros prosistas, que maravilha!


Pastéis sequinhos, com recheio farto, não importa o recheio pedido. Não são pequenos, mas também não são colossos. Este resenhista provou o Burrito Carioca (feijão temperado e queijo), Cervantes (com costelinha e abacaxi), queijo bree com damasco (uma bolota generosa de queijo bree para desgourmetizar a parada toda) e Cogumelo (grandes pedaços de shitake com queijo).





Os pastéis experimentados pelo nosso colega Blax também não tiveram defeitos a se mencionar, com ênfase no Imperator, que levava salmão e cream cheese (um pastelmaki!). A pimentinha era mais forte que a média, mas era boa!

O Bar do Adão pode ser considerada a versão carioca do paulistano Bar do Zé, o glorioso bar das empanadas chilenas (que aliás este resenhista esteve na versão renovada e deve resenha). Não dá pra falar se é melhor ou não. Parecidos em proposta, diferentes em particularidades. É um benchmark.


Pudemos notar que o ambiente tem picos de lotação em horários específicos, e esse pico se desfaz rapidamente, ao menos na terça feira. O pessoal era familiar, casais e amigos, provavelmente a maioria Tijucana. É bem isso – um ótimo pit-stop da Tijuca. Larica feita, chopinhos tomados, condução tomada. Câmbio e desligo!



Atendimento: 3,5

A presepada do garçom surpreendeu até em níveis cariocas. Sumia pelo bar e demorava acima do normal para tirar os pedidos - e nem era por falta de garçons. Tomara que tenhamos tido azar com o garçom.

Ambiente: 7,5

Simples mesas na calçada para o calor carioca, algumas mesas dentro. Nada demais. Mas não se propõe a nada também.

Conveniência: 9

Como já dissemos, é complicado falar disso no Rio, já que a cidade é segregada. Considerando que fica bem próximo ao fervo da Tijuca (Praça Varnhagen), relativamente perto do metrôs Saes Peña e Maracanã, possui várias linhas de ônibus passando perto e a quadra é relativamente fácil para parar o carro, podemos considerar que tanto a Zona Sul quanto a Zona Norte têm como chegar. Como tem em vários locais da cidade, nem importa tanto.

Comidas: 10

Poxa, defeitos? Não ser maior! A variedade dos pastéis é um absurdo. Eles também têm pratos, escondidinhos, porções e caldos. Os pratos pareciam caros para dois – quem sabe podem dar para três, compensando.

Bebidas: 7

Aqui fica um misto de alegria e decepção. Alegria, pois finalmente tomei um chopp Brahma Escuro sem retrogosto metálico. Decepção porque os caras não vendem nada que não seja chopp Brahma. Nem garrafa. Uma cerveja especial ali venderia fácil e cairia bem.

Custo Benefício: 8

O benefício dos pastéis vale os 6 reais médios, definitivamente. O chopp Brahma a 6 reais está um pouco caro, ainda mais por ser única opção. A conveniência do pit stop vale a diferença.


Bar do Adão
Rua dos Artistas, 130, Tijuca
Rio de Janeiro - RJ

http://bardoadao.com.br/

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Funky Buddah – The South Florida Star


Sim, o Prosa se internacionalizou! Em uma recente empreitada, membros da equipe resolveram conferir o que se fazia em termos de bares e butecos na Florida. E a surpresa não poderia ser mais agradável.

A indicação do brewpub (cervejaria e pub) Funky Buddah foi obtida através do aplicativo de resenhas Yelp. A combinação de cervejaria artesanal com pub e local de entretenimento prometia, e dessa forma tivemos que incluir esse local no roteiro da roadtrip, que passaria por Fort Lauderdale ao menos para as típicas compras brazucas no Sawgrass Mills.

Fort Lauderdale é quase que uma extensão de Miami, bonita cidade praiana cortada por canais. No entanto, o deslocamento por lá não é o mais fácil, uma vez que, assim como quase tudo na Florida, as coisas são espalhadas e carro é quase que necessário.

Considerando que o hotel da trupe se encontrava um tanto quanto afastado do Funky Buddah (cerca de 10 km), e que se trata de elementos muito responsáveis, rachamos um taxi em três pessoas, o que no custou cerca de 25 dólares (8 para cada).

Chegando lá, o largo espaço prometia. E foi só abrir as portas para que o playground desse as caras...






Trata-se de um espaço para os moradores locais. Claramente notavam-se grupos de empresas fazendo happy hour, amigos, casais, e, mais importante, nada de brazucas turistando, excetuando estas três figuras com roupas excêntricas. Mesmo numa terça feira com friozinho nada usual a casa tinha bastante gente lá dentro.


Trata-se de um espaço eclético. Mesas para grupos, mesas para casais, balcões para grupos, os clássicos balcões na frente das torneiras, sofás, e um vasto espaço externo para a turma do cigarro. 



A infraestrutura é impecável, contando com diversos telões para assistir jogos, até fontes de água para limpar o paladar enquanto degusta as maravilhas ali produzidas.

Não acabou! O Funky Buddah ainda conta com uma área traseira com um espaço de algo que parecia bocha, jukebox, Janga (o jogo dos tijolos empilhados, popular nos EUA), jogos de tabuleiro à disposição, além da própria área de fabricação. Poxa, se você não se divertir aqui, vá para casa e entre em depressão!













Estávamos em um brewpub, e em nossa jornada de aprendizado das cervejas artesanais da Florida e dos EUA, tínhamos uma missão a cumprir – tentar zerar o cardápio de cervejas on tap (na torneira).






Este delicioso cardápio incluía cerca de 15 cervejas, dividido em cervejas rotineiras da casa, edições especiais e algumas convidadas. E aí, amigo, era briga de cachorro grande para ver qual era a melhor!





Decepção por decepção mesmo foi apenas a Hop Gun IPA – não que fosse ruim, mas a expectativa era grande, e vínhamos de outras IPAs muito boas em outros locais. Foi até surpreendente as IPAs, especialidade das cervejarias artesanais americanas, não serem a estrela da noite.

A encafezada OP Porter mereceu até um growler (garrafa refil) para virar café da manhã. A Sweet Potato Casserole Ale foi destaque com seu aroma e gosto adocicado exótico. A Nitro Vanilla Latte Porter também surpreendeu pelo aveludado na boca (é até difícil tomar Guinness agora). Por fim, a Extra Ordinary Bitter combinava leveza, amargor e frutado.




Preços para essas maravilhas? Bem, a Funky Buddah, talvez por ser a fabricante da maioria ali, consegue vender vários de seus pints por 5 dólares, preços um pouco melhores daqueles que experimentamos na média. Agora converta para reais no pior câmbio dos últimos tempos (o que pegamos por sinal, acima de 2,50), e verá que é até mais barato que os bares especializados de São Paulo.

A larica bateu, e para continuarmos riscando o cardápio visitamos o foodtruck do lado de fora. A opção do dia era comida mexicana, ou seja, tacos e burritos. As opções eram variadas e ficavam entre 6 a 10 dólares, dependendo da sofisticação. Não era um primor, mas era gostoso e cortava o efeito do álcool (lembremos que essas cervejas possuem teor alcoólico maior do que a média).





Fomos nos aproximando do horário limite de meia noite e quase matamos o cardápio das cervejas da Funky Buddah. Quase compramos souvenirs da lojinha, mas levamos os growlers de café da manhã.



Para ir embora utilizamos a mais nova tecnologia de economia compartilhada, o Uber (aplicativo de choferes independentes). Mais barato que taxi, embora um pouquinho demorado no dia. Enquanto isso, no Brasil, o governo e os taxistas tentam banir o aplicativo...

Aí era cair na cama e colocar o despertador para acordar cedo no dia seguinte. E tomar OP Porter de café da manhã.


Pelo amor de deus, importem esse lugar para o Brasil!!!

Atendimento: 8

Nos EUA você paga gorjeta não fixa pelo atendimento, então o bartender tem incentivo para te atender bem. Você paga ao menos 15% da conta, mas é garantia de bom serviço. Fomos sempre bem atendidos ao pegar cerveja no balcão, sem problemas.

Ambiente: 9

Poxa, tem quase tudo para se divertir! No dia em que fomos (terça) não era clima de bar balada, mas até ganhamos elogios das garotas locais por nossas roupas extravagantes. Se tivesse um karaokê eu iria me mudar para Fort Lauderdale. Reza a lenda que eles tem outro espaço ainda maior em Boca Raton, mais ao norte.

Conveniência: 6

Para turistões em hotéis é de acesso complicado. Ainda tivemos o azar de esperar 5 minutos um trem passando logo ao lado do bar, o que encareceu a corrida. Os locais provavelmente moram mais perto e sabem como evitar batidas policiais para ir de carro.

Comidas: 7,5

Os foodtrucks mudam todo dia e quebram um galho. Permitem a casa focar na cerveja.

Bebidas: 9,5

Poxa, só não vai ganhar 10 porque a Hop Gun não era uma Hop Bazooka. Da até dó. E também porque no dia não tinham a Maple Bacon.

Custo Benefício: 9,5

Vale cada cent. Produto de primeiro mundo aos preços que o terceiro mundo cobra por produto de terceiro mundo. Se for comprar no Sawgrass Mills, passe aqui na noite anterior ou seguinte. Nosso resenhista Rodrigo Jaka disse que apenas o Brew Dog Bar em São Paulo se aproxima do que vimos. 


Funky Buddah Brewery

1201 NE 38th Street
Oakland Park, Fort Lauderdale, FL
18hs às 24hs
http://funkybuddhabrewery.com/

domingo, 2 de novembro de 2014

Cachambeer – Uma Joia Na Zona Norte do Rio



Sim! O Prosa voltou com resenhas novas! E está de casa nova, agora que este membro da equipe que vos escreve resolveu se aventurar pelos morros e selvas cariocas.

Vamos ao que interessa. O Prosa volta diretamente com uma joia da baixa gastronomia incrustrada na Zona Norte do Rio, o Cachambeer.

Um adendo aos que não entendem nada sobre o Rio. Trata-se de uma cidade relativamente segregada, na qual a locomoção da Zona Sul (zona praiana) para a Zona Norte não é das mais fáceis. Mesmo com o metrô e os trens a distancia é grande e leva-se mais de uma hora, dependendo de quão longe se desloca.

Esse resenhista tem sua base no início da Zona Norte, na Tijuca. Isso faz diferença, pois a conveniência de um local no Rio de Janeiro é mais sensível à localização do que em outras cidades já resenhadas.

Saindo da Tijuca, em 30 minutos é possível chegar de ônibus ao bairro do Cachambi (caso não haja transito – o tempo é quase semelhante para carros). Assim como bairros vizinhos da Zona Norte do Rio, o Cachambi é um bairro de classe média, mas com um jeitão interiorano.

Saindo do ônibus, é necessário encarar uma das inclinadas ladeiras da região para depois descê-la e cair na rua Cachambi, aonde se localiza o glorioso.

Como vocês podem ver, o bar é completamente low profile. Não há grandes anúncios, apenas as mesinhas tímidas na varanda e as costelas no bafo assando na calçada. 





Trata-se de um bar/restaurante de bairro, frequentado pelos locais e alguns aventureiros da Zona Sul que ouviram sobre sua fama (este resenhista ouviu pessoas conversando que vieram por indicação).

Chegando num sábado ao meio dia, pudemos escolher o local para sentar. O espaço interno é relativamente grande, cabendo algo em torno de 50 pessoas. Vale ressaltar que até às 14 horas o bar estava tomado.



Sendo essa a primeira resenha carioca, temos que avisar. O atendimento no Rio de Janeiro é notoriamente uma porcaria quando comparado a São Paulo. Considerando que partimos de uma base baixa, o garçom com uma demora já esperada trouxe o cardápio e prestou o atendimento.


O cardápio do Cachambeer é uma verdadeira ode à baixa gastronomia. Tábuas e mais tábuas com delícias cheias de colesterol e sustança, tais como costela no bafo, cordeiro desfiado, língua, panceta, fígado, carne seca com aipim e por aí vai. É coisa de quem entende do riscado.








Sem titubear já pedimos uma tábua Linguaruda (R$ 34) e um balde de Budweiser (R$ 6 a long neck). Mete em cima, mete embaixo, depois de quase meia hora vimos o resultado.


E que resultado, amigos e amigas!



A tábua dava tranquilamente para duas pessoas, servindo de refeição. A composição? Essa aí mesmo do cardápio e da foto – paio de linguiça, iscas de fígado, jiló com maionese, língua fritinha e uma farofinha para jogar em cima. Quer coisa mais linda?


A língua que deveria ser a estrela veio bem gostosa. Mas ela foi completamente ofuscada pelo jiló e pela isca de fígado. A pimentinha da casa era relativamente forte, mas acrescentava sabor. Simplesmente sensacional a tábua. Se a qualidade e a fartura se mantiverem assim nas demais tábuas, é jogo ganho...



O calor na Zona Norte do Rio era lancinante. Agora imagine a situação do resenhista após comer sozinho essa deliciosa bomba calórica, descer algumas cervejinhas e ter que caminhar 2km para um compromisso? Foi desumano, porém foi necessário pedir a dolorosa em condições adversas.

O Cachambeer tem um cardápio gastronômico de ouro com preços a princípio honestos. Chupa Zona Sul. Chupa Barra. Sem mais.


Atendimento: 7

Conforme falamos, todo atendimento no Rio é fraco. Parece que servir um cliente é uma vergonha aqui. Ainda sim, considerando o padrão de comparação paulista, tudo correu bem.

Ambiente: 7

Low profile total. De dia, diversas famílias almoçando, assim como casais e grupos de amigos. As mesinhas na varanda são a melhor pedida, pois não há ar condicionado – o que é uma sentença de morte no calor da Zona Norte carioca.

Conveniência: 5

Não é tão fácil chegar à joia. A estação de trem do Meier é a mais próxima, caso não venha de ônibus. Ainda sim, vai ter que andar e estar sujeito a alguma ladeira ultra inclinada. Ao menos a rua tem jeitão de interior e é possível parar o carro (caso opte). O ponto central é o seguinte: esse bar não é para frescos e baitolas. Se for cheio de frescuras e não quiser se deslocar bastante caso for da Zona Sul, fique em casa.

Comidas: 10

Tem como colocar 11? Veja só o cardápio, as fotos e tudo que escrevi.

Bebidas: 4

Ponto fraco. Balde com long neck custando 6 reais é coisa de balada. Opções fracas – apenas long necks de Stella, Bohemia, Budweiser e Caracu. Poxa, vamos trabalhar isso! Garrafas de Orginal e Serra Malte pra ontem, E se tivessem cervejas especiais para harmonização seria o paraíso. Possuem uma carta de cachachinhas mineiras.

Custo Benefício: 8,5

Comida ótima que faz tudo valer a pena seria o resumo do Cachambeer. Se você aprecia baixa gastronomia, você TEM que vir aqui. Uma pena ter que dar uma nota mais baixa pela presepada da cerveja. Consertem isso e poderão ter o melhor bar do Rio – cobramos mais de quem pode entregar mais.

Cachambeer
Rua Cachambi,nº 475 - Cachambi
Rio de Janeiro - RJ
3ª a sexta - 17:00h a 00:00h / Sábado - 12:00h a 00:00h / Domingo e Feriado - 12:00h a 18:00h
http://www.cachambeer.com.br/
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